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No dia 22 de abril coincidem duas datas comemorativas que me inspiraram a finalmente criar esse site e publicar o que penso quanto a nossas cidades, nossa nação e nossa economia, com foco nos desafios que devemos encontrar ao longo do século XXI.

Antes de sequer imaginarmos a magnitude da emergência climática da qual nos envolveríamos, ainda na virada da década de 1970, movimentos de ativistas do meio ambiente, da paz e sindicalistas da indústria automobilística se uniram, fortaleceram e culminaram naquilo que viria a ser o Dia Internacional da Terra. 

Manifestantes na passeata do que viria a ser o dia internacional da terra em Nova York
NYC Dept. of Records and Information Services

Realizado no dia 22 de abril de 1970 nos Estados Unidos e com mais de 20 milhões de manifestantes nas ruas, ficou marcado na história ao trazer visibilidade a discussão do meio ambiente e da paz. Os tempos eram outros: a gasolina ainda era barata, a guerra do Vietnam rolava solta, e a noção de responsabilidade para com a natureza ainda engatinhava.

Muito mudou daquele 22 de abril para cá. A data ganhou um significado maior e com muita pesquisa e dedicação de inúmeros cientistas acabamos descobrindo o tamanho do problema em que nos encontramos. As mudanças climáticas são reais, já estão acontecendo e somos responsáveis diretos por elas. 

A emissão desenfreada de gases causadores do efeito estufa na atmosfera que ocorre desde a revolução industrial desencadeou uma situação perigosa que agora temos que agir para conter. 

Ao mesmo tempo, a revolução industrial foi um marco importante que trouxe uma elevação da qualidade de vida nunca antes vista na história da humanidade. É a mesma revolução industrial que permite eu ligar esse computador e escrever esse texto. Uma contradição com a qual temos que conviver e saber lidar.

Gravura da Barrow Hematite Steel Company Limited na inglaterra.
Domínio público

Muitos podem negar a existência, ou reclamar por metas tidas como demasiadamente draconianas, porém a emergência climática é real e temos que fazer alguma coisa antes que chegue em um ponto de não retorno. 

Porém ao superar a fase da negação nos resta duas opções: encarar a realidade pelo viés negativo de que nada pode ser feito e que estamos condenados, sendo mais conveniente e confortável manter as coisas como estão, o que assisto em grande parte de minha geração.

Ou colocar os dois pés no chão, ter uma visão de 360 graus, refletir e aprender com o passado, pensar no presente e discutir e debater o futuro para que possamos atravessar esse desafio de forma a nos fortalecermos e sairmos melhor do outro lado. Esse é o meu viés e esse é o viés deste site.

Nosso ponto de partida é o presente, porém é essencial refletirmos sobre o passado e aqui emendo com outro evento que ocorreu em um 22 de abril: Em 1949 circulou pela primeira vez em linha comercial os trólebus que ligavam o bairro da Aclimação com o centro.

Trólebus ACF Brill fazendo a linha Aclimação – Centro em 1949.
SPTrans

O sistema de trólebus de São Paulo deve comemorar 76 anos nesse 22 de abril. A linha acima citada ainda existe e os trólebus continuam a circular, mas hoje ele é a sombra daquilo que já foi. 

Há bastante o que se falar sobre o descaso com os trólebus, mas também muito há o que se falar sobre o descaso com as ferrovias, sobre os rumos da eletrificação de nossas vidas que ainda são absurdamente dependente dos combustíveis fósseis e deve ser promovido com urgência. 

Também há de se falar do uso do solo e nossa relação com as cidades, além de questionar o futuro de nossas vidas em um mundo cada vez mais digitalizado onde o home office cresce e a inteligência artificial libera nossas inseguranças. 

Tudo isso e muito mais deve ser abordado nesse site mas precisamos de um ponto de partida, e dado a ameaça de extinção de todo um modal de transporte pairando no ar, falaremos sobre os trólebus.

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